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Uma aliada da contabilidade

Que as novas tecnologias surgem como ferramentas poderosas, presentes 24h nas nossas vidas

Autor: Alexandre AndradeFonte: O Autor

Que as novas tecnologias surgem como ferramentas poderosas, presentes 24h nas nossas vidas, seja nos celulares, nos meios de transporte com aplicativos de corrida e postos de autoatendimento nos aeroportos, nas portarias virtuais em condomínios etc., já sabemos. A discussão agora atinge outro nível, que é sobre as consequências da rápida evolução da inteligência artificial (IA), termo implementado pelo cientista John Mccarthy. A análise transcende as novidades tecnológicas em si e paira na incerteza de qual padrão de vida elas trarão para a sociedade e para a empregabilidade. Segundo levantamento do Fórum Econômico Mundial, a soma de empregos perdidos para a IA será de cinco milhões nos próximos dois anos.

A dimensão exata não se sabe, porém a única certeza é que, realmente ela trará, dentro de poucos anos, mudanças significativas. Mas, antes é fundamental refletirmos até que ponto essa substituição do ser humano será possível. Afinal, atividades que exigem habilidades que apenas o ser humano detém como criatividade, habilidades lúdicas e análises críticas não poderão ser de forma alguma eliminadas. Logo, não podemos nos deixar levar por previsões polêmicas como a do estudo recente da consultoria americana McKinsey e da universidade Oxford. Nele foi revelado que a profissão de contador, por exemplo, tem 94% de probabilidade de ser extinta, já que IA será capaz de realizar contas, previsões e cruzar informações.

O profissional de contabilidade não é um mero “fazedor de contas”. Já viram a avalanche de normas, leis e exigências contábeis existentes e que surgem dia após dia? De que adianta um robô cruzar dados, realizar cálculos e não oferecer uma análise crítica sobre os mesmos? O contador traça alternativas para o futuro, contribuindo para a tomada de decisão. Além disso, interpreta normas e leis contábeis de forma ética. Trata-se de um profissional que tem como premissa não circular apenas no seu silo, ou seja, precisa estar antenado às novas legislações, mudanças e tecnologias. Ele é altamente adaptável as novidades e precisa interagir com outros setores, como advogados e profissionais de finanças, por exemplo.

Em pleno século XXI, na era da informação, o profissional contábil anda lado a lado com a tecnologia, já que cada vez mais softwares e sistemas de gestão financeira são disponibilizados para auxiliar na organização e cálculos, essas sim atividades repetitivas e que podem ser automatizadas.

Enfim, a IA impacta sim todos os setores da economia. Em determinadas atividades mais e em outras menos. Entretanto, para a contabilidade trata-se de uma aliada no momento de escolher os investimentos, cortar custos, entre outras coisas. E um não sobreviverá sem o outro.

*Contador, Diretor do Painel Financeiro e Conselheiro do CRC-RJ