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voltarAcidentes no trabalho: quais os perigos que você está correndo
Dia Nacional da Prevenção de Acidentes do Trabalho acontece neste 27 de julho. Data alerta sobre os perigos a que estamos expostos em ambientes profissionais e ressaltam a importância do médico do trabalho
Seu ambiente profissional é seguro? Dependendo de seu emprego, talvez você nunca tenha se perguntado sobre isso. No entanto, este é um questionamento para lá de pertinente: segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), uma pessoa morre no mundo a cada 15 segundos em função de um acidente ou de alguma doença relacionada à sua atividade profissional. Pensando nisso, 27 de julho se tornou o Dia Nacional da Prevenção de Acidentes do Trabalho, uma data que nos alerta dos riscos que profissionais de diferentes áreas estão expostos em maior ou menor grau e que ressalta a importância do médico do trabalho, um profissional da área da saúde que tem se tornado cada vez mais importante.
O médico do trabalho credenciado da Paraná Clínicas, empresa do Grupo SulAmérica, Dr. Eduardo Roberto Pedroso Senter (CRM-PR: 37.275, RQE 30.922) explica qual é a função e como atua um profissional da área: “essencialmente, estamos focados na prevenção e promoção da saúde de trabalhadores de diferentes setores. Precisamos ser grandes conhecedores do ambiente profissional e do público de uma empresa, promovendo ações que aumentem a segurança e melhorem a qualidade de vida destas pessoas. Legalmente, somos responsáveis pelo controle dos riscos e pelos exames admissionais, periódicos, demissionais, de retorno ao trabalho e de mudança de função. Além disso, também fazemos a análise de riscos da empresa, coordenação do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), bem como o acompanhamento de mudanças na legislação que envolvam empresas e trabalhadores ou mudanças nas Normas Regulamentadoras”, explica.
O médico do trabalho geralmente tem uma formação generalista e é quem irá acompanhar e atender aos funcionários da empresa no caso de qualquer acidente. Pela legislação, sua presença permanente é obrigatória em companhias que ofereçam um grau de risco maior a seus funcionários. De maneira geral, as empresas precisam constituir um departamento chamado SESMT (Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho). Com base na análise de risco da companhia, as obrigações são diferentes: se os perigos forem pequenos e o número de funcionários baixo, as exigências são menores. Já em empresas com gradação de risco alta são necessários vários especialistas: médico, engenheiro de segurança do trabalho, enfermeiro, auxiliar de enfermagem e técnico de segurança do trabalho.
Mas quais são os riscos aos quais estamos submetidos em um ambiente profissional? O Dr. Eduardo explica os principais focos de atenção: “atuamos fortemente em questões de ergonomia que impactam diretamente a saúde dos funcionários, sejam elas físicas, organizacionais ou cognitivas. Não estamos apenas preocupados com a correta postura do trabalhador: temos dentro da ergonomia questões relacionadas a ruídos, qualidade de luz no ambiente de trabalho, temperatura, saúde mental entre outras”.
O Médico também explica como diferentes atividades profissionais exigem cuidados e atenções mais específicas: “Motoristas, por exemplo, devem ter atenção especial a sua rotina de sono. Um funcionário que está em home office precisa dar atenção à altura de sua mesa, checar a tela do computador e ter uma cadeira confortável e regulável. Já um trabalhador da área industrial precisa se cuidar com levantamento de pesos e tarefas repetitivas. Varia muito, mas há atividades que exigem mais cuidados: mineradores, por exemplo, se aposentam com 15 ou 20 anos de atividade por conta do risco frequente a que são expostos” conta Senter.
Como se proteger?
O primeiro passo deve ser dado antes mesmo de assumir a vaga: é importante que o funcionário tire todas as suas dúvidas junto ao Médico do Trabalho em seu exame admissional. Há documentos que mostram os riscos a que ele estará exposto e o próprio Atestado de Saúde Ocupacional traz os riscos da função a ser exercida. As empresas precisam criar mapas de perigo e informações explícitas quando houver chances de acidentes, como queimaduras, quedas, explosões, dentre outros. Se ainda assim o colaborador não estiver se sentido seguro, o Dr. Eduardo explica o que fazer: “caso a pessoa observe algum perigo ou risco, primeiramente deve se retirar deste ambiente e comunicar tanto seus superiores quanto a equipe do SESMT. O mesmo vale para questões que envolvam a saúde mental: neste caso, a pessoa deve procurar o médico do trabalho ou seus superiores para que seja avaliado e eventualmente encaminhado para um tratamento adequado”, completa.
Outra estratégia importante de prevenção é a identificação e eliminação de pontos de risco: isso envolve ações como a troca de produtos por versões menos perigosas, substituição de máquinas e equipamentos já velhos ou danificados, entre outras medidas similares. Quando não é possível fazer isso, devem-se realizar então orientações e cursos para mitigar o perigo além do uso de equipamentos de proteção individual (EPI’s). Se ainda assim algum acidente ocorrer, é obrigação da empresa apurar o que houve e tomar ações a fim de evitar novos acidentes.